quinta-feira, 30 de abril de 2015

Luísa Kobarg Cercal Patrianova

Aluna: Luísa Kobarg Cercal Patrianova
Turma: 202
Professor: Marcelo Az Oratez
Família Kobarg:
Historia do nome:
Hernesto João Cristiano Kobarg casado com Bárbara Elizabeth junto com seus seis filhos e cunhado, moravam em Kil, (cidade portuária) da Alemanha.  No fim de 1913, começo de 1914, antes que a Alemanha começasse a 1ª guerra mundial, Hernesto viajou com sua família durante um mês para atravessar o atlântico rumo ao Brasil. Chegaram à Ilha das Flores, Baía do Guanabara (RJ), passaram um mês lá. Depois foram para Florianópolis (SC), em seguida para Nova Trento, em um vilarejo chamado Vila dos Sapos, onde trabalhavam na lavoura, um trabalho não muito fácil com a presença dos índios, logo após seguiram para Espinheiros, onde Hernesto e seu cunhado trabalhavam como faxadista e pedreiro, construíam principalmente casas de alvenaria. Seguiram de viagem e fixaram-se em Itajaí (SC) no bairro São João.
Hernesto passou a trabalhar com um de seus filhos, já crescido, Henrique Carlos Kobarg, que estudou no Brasil e tomou como profissão pedreiro.
Henrique Carlos casou-se com Maria do Carmo Maes Kobarg em Itajaí, tiveram cinco filhos, sendo eles Loni Lygia, Leda Lacir, Lyete, Luiz Ernesto e Léo Henrique.
Loni Lygia Kobarg Cercal casou-se com Ayrton Cercal. Loni se especializou como administradora educacional e Ayrton como contador. Deste casal nasceram Leila, Ayrton, Lísia, Laís, Leslie e Loraine.
Leslie Kobarg Cercal Patrianova casou-se com Márcio Espindola Patrianova, que ambos são enfermeiros, e Márcio é professor e dentista. Estes tiveram três filhas Larissa, Luísa e Laura, todas carregando com si o nome Kobarg.
Certificado Histórico do nome:
O nome de família germânico Kobarg é classificado como sendo de origem habitacional. A frase “nomes habitacionais” é usada para descrever nomes de família que tem suas origens no local de residência de seu portador inicial. Em algumas circunstancias, esses sobrenomes são derivados do nome de uma cidade, vila ou região em que o portador original nasceu ou residia. Outras referências mencionam o local geográfico da casa de seu portador original, e outras ainda, referem-se a um sinal posto na porta de entrada de sua residência. Com respeito ao sobrenome Kobarg, ele é derivado do vocábulo “Kuo” do Antigo Alto Alemão, significando “vaca” e “Berg”, significando “montanha”, denotando “alguém que vivia pela montanha onde as vacas pastavam”. Variantes do nome Kobarg incluem Koberg e Koberger.
Uma das mais antigas referências a este sobrenome, ou a uma variante, é o registro de casamento de Jochim Kobarg e Grete Harte, que se acha em documentos de Dänischenhagen, Schleswing-holsbein, em 1669. Outras referências mencionam o casamento de Hans Kobarg e Stiene Revenstorp, celebrado em Dänischenhagen em 1989, e o casamento de Erhardt Friedrich Kobarg e Anna Magdalena Bahr que teve lugar na mesma cidade em 1776.Fontes onomásticas mostram que sobrenomes hereditários foram usados pela primeira vez na Alemanha no século XII, A prática de se adotar um nome que era recebido de uma geração para a próxima,estendeu-se gradualmente até incluir todas as áreas da língua alemã. Não foi senão a partir do século XVI que, podemos dizer, categoricamente, que as vastas maiorias dos alemães receberam um nome de família que tivesse pertencido a seus pais.
Brasão de Armas: De ouro, entre dois galgos pintados de negro, uma faixa de prata carregada com duas rosas em faixa de vermelho.
Timbre: Um galgo como nas armas sainte entre um par de asas de prata, casa asa carregada com a faixa das armas.
Origem: ALEMANHA

Família Patrianova:
Hermes Justino Patrianova, nascido em Imaruí, Santa Catarina, no dia 24 de outubro de 1910, contabilista, pela Escola Técnica do Comercio de Santa Catarina. Dentre as muitas atividades que exerceu destaca-se: professor primário municipal e tesoureiro municipal de Imaruí, ex-tenente da revolução de 1930; ex-prefeito municipal substituto, coletor estadual, inspetor de coletoria, fiscal de tributos, e presidente da AFFESC (Associação dos Fiscais da Fazenda de Santa Catarina) e ex-assessor da Comissão Geral de Investigações – Florianópolis.
Pai de nove filhos (Maria das Dores, Ivens, César, Hermar, Márcio, Carlos, Hermes, Marcos e Márcia) teve uma vida sempre agitada e sofrida (como ele mesmo dizia).

A Vida é assim amigo,
Todos sofremos contigo.
Mas se gostas de viver,
Dum lembrete não te esquives
Se tem a impressão que vives,
É que quando estás a sofrer. (1944) transcrito In Pequeno Livro, 1985.
Ao lermos o seu pequeno livro (que é pequeno não por ser diminuto e sim porque serviu a um projeto de custeio do grande livro – enciclopédia ainda inédita da tradução dos topônimos brasileiros de origem indígena) podemos sair do tecnicismo biográfico e alinhavar relatos e passagens de vida somados às que presenciamos e vivenciamos como filho, como família e principalmente como um grande amigo.
O que podemos dizer do senhor Hermes Justino Patrianova é que era um apaixonado. Suas conversas à mesa, passeios à chácara onde sempre retornava menos estressado e com algumas frutas como um cacho de banana, punhados de sapoti, anona, laranja, abacate etc; as viagens a muitas cidades, sem roteiro prévio...
No convívio diário tudo era motivo de ensinamento, sempre espelhado em seu avô e pai Elias Manoel e Manoel Elias:

“Nosso saudoso Pai era um dileto,
Filho de Elias Manoel de Castro,
De quem seguimos todos nós, o rastro
De um homem de bem e de Avô predileto

Nós, que vivemos sob o caro teto
Onde tomamos o primeiro lastro
De educação, de amor, de fé num Astro,
Sentimos forte o bem de ser seu neto!

A mesma força que sentimos nós,
Sentiu o nosso Pai, que recebeu
A linha reta de nossos Avós.

Por isso, às vezes, verdadeira fera,
Em defender o tudo que era seu
Para a Família um Santo Pai ele era!”
Um Santo Pai (Hermes Justino Patrianova, 1885) in: Pequeno Livro
Da terra ensinou-nos a arte do enxerto, a riqueza da natureza e o espírito de preservação.
Porém o que está sempre presente em nossas vidas é a riqueza literária que ele nos deixou. E este período coincide com os seus últimos trinta anos vividos em Joinville e posteriormente em Itajaí, a partir de 1970. Estudioso em muitas coisas, foi na língua tupi que desenvolveu seu trabalho mais profundo de pesquisa. Seu conhecimento da língua indígena vem desde a época de jovem quando trabalhava em frentes na construção de estradas em sua cidade natal, estando lado a lado com os chamados bugres. Na verdade o nosso dia a dia está cheio de nomes indígenas, como em plantas, animais e comidas, além da vasta toponímia geográfica. Esta que deu inspiração para confeccionar a sua grande obra literária.
Como membro da academia itajaiense de letras teve sua poesia sobre Itajaí, datada de 1944 no seu dizer “uns versinhos simples, um poeminha sem pretensões, mas sincero” quando de sua estada aqui:

Teu nome embeleza um Val,
Que banha Gaspar, Timbó,
Brusque, Ibirama e Indaial,
Confundindo-os em um só...

Com Rio do Sul florescente
E Blumenau lutador,
Tu és a porta da frente
Deste Vale promissor!

Teu aspecto de Cidade,
A pompa de tua Praça,
Tua boa Sociedade,
Tudo aumenta a tua graça!

Tamanha fraternidade
Noutro Povo nunca vi!
É motivo de vaidade
Ser filho de Itajaí!

Tiveste e ‘e inda tens’, as vistas
Homens com nomes na História
De nossa Pátria, e bairristas,
Que enaltecem tua glória!

Linda esmeralda engastada
No pé da medalha-Mar,
És, no colo da Valada,
O fecho do Rio-Colar!

Itajaí (Hermes Justino Patrianova, 1944) in Pequeno Livro.

Criou e manteve semanalmente o jornal Itajaí Literário (pequeno jornal fotocopiado) por alguns anos, divulgando as suas histórias e suas traduções toponímicas.
Foi colaborador da publicação Blumenau em Cadernos. Nestes anos de dedicação ao estudo da língua tupi colecionou muitos amigos, mas também experimentou alguns dissabores, não diria de inimigos, mas de pessoas com opiniões divergentes. E o auge disto eclodiu com a fervorosa campanha a favor da origem do nome Itajaí, vinculada a uma grande escultura de pedra, natural, na foz do rio do mesmo nome (o nome dos rios eram dados não na sua nascente, mas na sua foz). Confesso que enquanto escrevia estas linhas, necessitei resgatar algumas informações sobre a língua e me deparei com a sua biblioteca, guardada com muito carinho, vasta em livros e dicionários da língua silvícola. O senhor Hermes Justino Patrianova era um estudioso. Defendia uma tradução para o nome Itajaí baseada em estudos aprofundados. Sua grande enciclopédia tem em anexo um pequeno dicionário tupi – português, português-tupi, para interpretação da toponímia. Sua magoa, ao final da vida foi não ser valorizado ou mesmo reconhecido pela sua contribuição. Todas as traduções para o nome Itajaí são teóricas e cada um a defende baseada em estudos, convicções, mais ou menos fortes e evidentes. Sua teoria - pois tem sustentação e amplamente divulgada, portanto não desconhecida (no pequeno livro, artigos inúmeros em jornal local e regional, semanário, revistas regionais) mostravam uma tradução consistente baseada em estudos profundos da língua resgatando uma escultura natural aonde o índio e por que não dizer, qualquer um, ficaria maravilhado, ao contemplá-la. E o índio deu-lhe um nome decifrado na decomposição do topônimo ITÁ (PEDRA) JAÓ (PÁSSARO) I (RIO). Temos muito que aprender e resgatar com a cultura índia – ELA FAZ PARTE DA NOSSA VIDA E NOSSA DESCENDÊNCIA.

Seu lema para a vida sempre foi um verso simples mas que sempre emoldurou suas convicções e anseios e que está e estará sempre gravado em nossa memória.
“O que merece ser feito
tem, além do seu valor,
motivo de ser perfeito,
de ser feito com amor!
Hermes Justino Patrianova
24/10/1910 – 16/07/1999

Um comentário:

  1. Dear Luisa,

    I am sending kind greetings from the German branch of the Kobarg family. Jochim Kobarg (*1644) and Grete Harte (*1642) are in my family tree, too. Perhaps we could exchange some information. There are more than 1.500 persons in my family tree. Some connections to other families from the region of Daenischer Wohld in Schleswig-Holstein could be interesting for you, too. The names of the families close related to the Kobarg family are: Missfeld, Baasch, Bahr, Harms, Hamann, Holst…

    Please contact me via mail: la.kobarg@t-online.de

    Kind regards,
    Lars Kobarg

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